Saudade

Ah! Se a saudade fosse personificada, ela diria que vive com a garganta assim, apertadinha, sufocada, com o coração acelerado, descompassado e com os olhos marejados e com um sorriso bobo, frouxo; diria também, que se sente ansiosa, desejando passear livre entre os tempos, principalmente nos instantes passados, e que se  pudesse morar em um lugar, seria no espaço-tempo relativo, chamado memórias. 
E mais, se pudesse, construiria sua casinha com tijolinhos de lembranças, usaria o cimento do laço, aquele invisível e tão belo em cada relação, pintaria com as cores da simplicidade e das alegrias, decoraria com os afetos, constituiria na sua base e pilares sempre o amor, o amor vivido, o amor sentido, o amor alimentado, o amor cuidado, o amor preservado, o amor incondicional, o amor na sua forma mais preciosa, genuína e intacta.
Afinal, ela sabe como ninguém, que ser saudade é só seu apelido bonito, aquele que deram para ela para disfarçar sua intensidade, pois o seu real nome, é  Amor; mas não um único amor, e sim, a soma de todos; todos os amores sentidos e principalmente vividos com toda força e emoção que o real pode ter, em cada segundo, minuto e hora de vida que passa - vida que pulsa, que emociona, que cresce, que se movimenta, que enriquece, que troca no carinho e nos afetos o maior acúmulo de riqueza que se pode ter: pessoas.  

Comentários

  1. Lindo texto!
    Saudade não precisa ser dor e sofrimento necesariamente, né? Pode ser tudo isso que você disse!

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